Discurso proferido pelo Pe Alberico Pinheiro na inauguração
da nova praça da matriz de Areiópolis que levará o nome de Praça Mons. José
Ribeiro de Freitas, no dia 24 de setembro de 2011
No dia 03 de novembro de 1921,
nascia o menino José de Freitas, filho do casal Adelino e Maria das Dores
Ribeiro de Freitas, que teve 12 filhos, sendo todos homens. José era o penúltimo.
Cinco dos irmãos morreram ainda na infância. Era desejo dos pais que um de seus
filhos se tornasse sacerdote, porém, faleceram antes de ver este desejo
realizado. Por volta dos 10 anos ficou órfão de mãe e um ano depois, também de
pai. Os irmãos se dispersaram e ele José foi morar em Bariri, na casa de uma
prima. Eram protestantes. Aprendeu o ofício de alfaiate e teve contato com os
Padres Redentoristas que vieram pregar uma missão nessa cidade. Nascia aí o
desejo de se tornar sacerdote, missionário redentorista. Serviu sua paróquia
como coroinha até a entrada no seminário.
No dia 24
de dezembro de 1935, com 14 anos de idade, ingressou no seminário redentorista
de Aparecida do Norte. Desde que entrou no seminário sempre teve consigo a
presença muito forte de Deus, gostava de uma frase bíblica que sempre repetia “Uma só coisa peço ao Senhor: Servi-lo todos
os dias no altar”. Ingressou no
noviciado depois de seus estudos, em
Pindamonhangaba, no dia 11 de janeiro de 1943.
No dia 27 de dezembro de 1949,
com 28 anos de idade, depois dos seus estudos superiores de filosofia e
teologia, o diácono José Ribeiro de Freitas, foi ordenado sacerdote, na
congregação dos Padres Redentoristas, em Tietê, pelas mãos episcopais do bispo
Dom José Carlos Aguirre, estando presente entre outros sacerdotes, o recém
ordenado, Pe. Antônio Maria Mucciolo,
futuro bispo e arcebispo de Botucatu.
Trabalhou como padre redentorista
em Aparecida, Santuário Nacional, e em muitos lugares, pregando missões. No dia
12 de dezembro de 1958, desligou-se da congregação dos padres redentoristas e
ingressou na diocese de São Carlos, sendo designado pároco da Paróquia Santo Antonio
de Pádua, em Itirapina e depois em 1974, pároco da Paróquia São João Batista e
Santuário das Almas, em São José do Rio Preto-SP, criado e construído por ele.
Em 1981, passou a fazer parte de nossa arquidiocese, desde então se passaram 27
anos, prestando relevantes serviços às Paróquias de Santa Cruz em Areiópolis,
Aparecida, em Aparecida de São Manuel e Senhor Bom Jesus, em Pratânia, bem como
a toda diocese.
Em 04 de novembro de 1994,
recebeu o titulo de Cidadão Areiópolense.
Em 07 de janeiro de 2000, em
nossa paróquia celebrou o jubileu de ouro sacerdotal, 50 anos de sacerdócio e
em virtude desse jubileu recebeu o título de Monsenhor concedido por D.Antonio
Maria Mucciolo, arcebispo de Botucatu, na ocasião.
Em junho de 2005, passou a
administração da paróquia de Santa Cruz, em Areiópolis a mim, Pe. Alberico
Pinheiro, novo pároco, manifestando o desejo de permanecer na casa paroquial. Foram
três anos de intensa convivência, me auxiliando, na medida de suas forças, nos
trabalhos pastorais.
Sua saúde era, de modo geral,
boa. Apresentava dificuldades de locomoção, devido á artrose. No início do mês
de setembro de 2008, acordou pela manhã com uma certa paralisia nas pernas e
nos braços, como alguém acometido de derrame cerebral. Foram feitos exames
médicos e iniciado tratamento, mas sua situação piorava a cada dia, a ponto de
ficar paralisado na cama, recebendo todos os cuidados de alimentação e higiene
no próprio leito. Foi internado duas vezes, e na última permaneceu quinze dias,
até o seu falecimento.
Tinha um grande coração,
excelente confessor e diretor de almas, atencioso para com os pobres, doentes e
sofredores em geral. Tinha, porém, temperamento forte, era enérgico, exigente,
independente, mas nos últimos dias recebeu grande graça na sua enfermidade, dando
provas de paciência, humildade, e uma grande aceitação dos sofrimentos. Às
vezes cantava cantos marianos enquanto lhe ofereciam os cuidados de higiene.
Enfim, no dia 9 de outubro, deste
ano, por volta das 2 horas da manhã, ficou um pouco agitado o que chamou a
atenção da Cidinha, paroquiana que o acompanhava durante a noite, que se
aproximou e o ouviu dizer repetidamente o nome de Jesus até entregar sua alma
nas mãos d’Aquele a quem ele consagrou toda a sua vida.
No dia 09 de outubro, completa-se
três anos em que nosso querido Pe. José Ribeiro de Freitas, ou Pe. Zezinho,
como era carinhosamente chamado, “entrou na vida”, como dizia Santa Teresinha. A
Praça da Matriz, que levará de agora em diante o nome de Mons. José Ribeiro de
Freitas, é mais que uma justa homenagem a este homem valoroso, que consagrou
toda a sua vida a prestar relevantes serviços às cidades por onde passou. A
ele, nossa eterna gratidão e pedimos a sua intercessão pelas necessidades da
Igreja do Brasil, da nossa Diocese, da Paróquia de Santa Cruz da cidade de
Areiópolis.
Pe.
Alberico Pinheiro –
Paróquia
Santa Cruz – Areiópolis – SP
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