A arte e a beleza das obras de Deus expressas por Jorge Pereira

Nosso candidato ao sacerdócio, Jorge Pereira, da cidade de São Manuel, paróquia Nossa Senhora Consolata, nos enviou um texto que conta como ele iniciou o seu projeto de evangelização pela arte. Confira a história artística desse jovem estudante em busca de levar aos homens a grandeza da beleza de Deus.

Tudo se iniciou no ano de 2010 durante a Jornada de Estudos Filosóficos ocorrida na cidade de Marília, onde juntamente com os demais propedêutas, estive participando deste evento. No mesmo, esteve presente ministrando uma palestra sobre Arte Sacra, o renomado artista brasileiro Cláudio Pastro, este responsável por toda ornamentação do Santuário de Aparecida entre outros magníficos trabalhos espalhados pelo mundo. Em sua explanação, eu pude conhecer este belíssimo trabalho sacro e me interessei em iniciar uma pesquisa de cunho particular, visando adquirir conhecimentos especificos. Com isso, busquei literaturas relacionadas ao assunto e iniciei o exercício de realizar releituras das obras deste artista o qual me proporcionara o “ponta pé” inicial, todos os trabalhos foram realizados sem o auxílio de nenhuma aula com profissionais, e sim apenas por observação de suas obras. 

 

A cada novo desenho, um novo olhar de como poder melhorar a forma, a maneira de representar. Em uma trajetória curta, de quase um 1 ano eu pude iniciar um processo de desenvolvimento de meu próprio traço, característico meu, de forma que a base estrutural ainda continua firme e inabalável, que é a noção estética e harmoniosa das obras de C. Pastro. Em todo este processo busquei inovar, e transpor meus desenhos em mosaicos de vidro, e recentemente iniciei um curso para passá-los para azulejos, ambos os trabalhos artesanais realizados com muito zelo e com o intuito de evangelizar através dos símbolos. Com tudo sinto-me feliz neste processo de discernimento vocacional, sabendo que dentro da minha vocação eu também poderei evangelizar não somente com palavras e testemunhos, mas também com a arte que possibilita um encontro pessoal com Deus por meio do palpável.

O trabalho com a arte sacra é algo transcendental, pois é através deste que podemos proporcionar ao público um contato com o transcendente “Por isso, o artista sacro, ou iconógrafo, tem de ser alguém que procura ter profunda experiência do transcendente. Assim, ele ‘escreve’ o que vivenciou através dos símbolos, transmitindo a outros sua experiência de transcendência” (ANTUNES, 2010, p. 13), este relatar a experiência fica impresso em sua obra que irá provocar as pessoas um sentimento de contemplação do divino.

A iconografia é um meio de traduzir através de símbolos aquilo que temos de divino, o bem maior de forma harmônica e acessível, aos olhos e toque de todos. È um aproximar o transcendente de todos por meio da arte, que suaviza todo o caos vivido internamente em todo ser humano. Todos estes aspectos são relevantes neste processo de evangelização, os quais incitam as pessoas a se apaixonarem pelo divino por meio da arte, de uma forma dinâmica e contemplativa. “Ela é um órgão constitutivo da vida humana, transmitindo a percepção racional das pessoas para o campo dos sentimentos. Ela faz parte daquilo que define o ser humano e o integra ao seu mundo e à transcendentalidade” (ANTUNES, 2010, p. 11-12). Através da arte somos convidados a vislumbrar a beleza do criador, pois somos tocados pelo sentimento que o artista vivenciou ao pintar aquela obra sacra, de forma que podemos viver naquele momento uma experiência real de algo que tanto buscamos uma vida inteira, uma experiência com Deus.

“Beleza é comunicação, pois só há beleza em relação de alguém para alguém. A iconografia é sacramento dessa comunicação misteriosa” (ANTUNES, 2010, p. 07). A iconografia nos interliga com o misterioso, o que está acima de todos nós, este conectar-se é algo que todos procuram por tantos meios, mas não percebem que a arte pode elevá-los de uma forma tão singela e prática, que na maioria das vezes nem nos damos conta. È na simplicidade da arte, na espontaneidade, e na liberdade de expressar as figuras que a arte alcança à todos de uma forma carinhosa e aconchegante.

 Como o próprio Deus, que é amor, suavidade e compaixão, um Deus tão simples que nos deixa tocá-lo por gestos tão singelos, como a arte. “A arte sacra é um lugar epifânico, da revelação da beleza do Criador. A experiência cristã da beleza passa por essa percepção de um olhar transfigurado e transfigurador da realidade” (ANTUNES, 2010, p. 05. Itálico do autor). É neste lugar epifânico que realizamos este contato quase que material com o nosso criador.

Se você deseja conhecer melhor o trabalho desse nosso irmão, acesse o seu blog: http://www.artesacrajpereira.blogspot.com/

Parabéns Jorge pelo seu ideal e suas obras. Deus seja Louvado!